sexta-feira, 28 de março de 2014

Vovó sabe tudo

Elas já passaram dos cinquenta, uma delas, dos setenta. E, nesse caso, a idade avançada não foi, de forma alguma, empecilho para dominarem o cyberespaço. A aposentada Norma da Matta, aos 54, criou um blog para compartilhar suas experiências no mundo das redes sociais. Como ela, a secretária Sonia Silva, de 52, avó de Guilherme, de oito, adora ficar online na sua página pessoal no Facebook e navegar em sites femininos e de culinária. E o neto de Marinalva Dias, aposentada de 76 anos, Gabriel Lima, analista de sistemas de 25 anos, adora ver a sua avó colocando em prática tudo que ensinou para ela sobre computadores.

A especialista em redes sociais Norma da Matta conta que, durante a maior parte de sua carreira, trabalhou em frente ao computador. E mesmo assim o primeiro contato com a a internet não foi fácil. “Quando comecei, passei dois meses estressada tentando entender como funcionava. A minha sorte foi trabalhar com pessoas dispostas a ensinar”, lembra. No blog “Aposentei, e agora?”, ela divide suas descobertas no mundo da web. “Na internet tem muita coisa legal, muitas informações. É um espaço democrático, onde cada um fala o que quiser. E o blog é uma oportunidade para um monte de gente da minha geração ter acesso a isso, ainda que tenham um pouco de receio de navegar”, conta ela.

Para Marinalva, que usa a web para trocar e-mails com o irmão que mora em outra cidade, ouvir música e entrar em sites religiosos, a ajuda do neto foi fundamental para aprender tudo isso. “Fui ensinando cada detalhe, de ligar o computador a navegar pela internet. Ela tem todo o passo a passo anotado num caderninho, caso esqueça alguma coisa”, conta Gabriel, sem esconder o orgulho. “Acho sensacional ter uma avó moderninha. Mas ela deveria praticar um pouco mais”, brinca.

Já as filhas de Sônia acham que a mãe navega até demais. “Fico tanto tempo online e elas se acostumaram, isso quando não pedem para eu desligar o computador. Tenho Orkut, MSN, Facebook e várias contas de e-mail. E ainda faço compras online: já comprei sapato e perfume e, apesar de meio cabreira, todas deram certo”, diverte-se. Foi a profissão de Sonia que exigiu a infomatização: “No início, achei instigante. Por adorar desafios, acabei achando fácil no fim das contas. Eu me sinto uma avó supermoderna e antenada”, comemora. 

 Vovó sabe tudo

quinta-feira, 20 de março de 2014

Vício em malhação pode ser tão nocivo quanto o sedentarismo

A maioria das pessoas tem dificuldade em manter uma vida mais saudável por diversos fatores. As desculpas da “turma do sedentarismo” variam entre falta de tempo, a pressa por resultados, a insatisfação com várias modalidades esportivas e várias outras. Mas os especialistas em atividade física agora se deparam com um problema bem mais complicado do que incentivar a prática de atividade física: o vício em exercícios.

Em casos mais extremos, o praticante pode desenvolver um transtorno que o faz se achar mais magro ou fraco do que é - enquanto seus músculos incham: a vigorexia.

A doença pode levar ao abuso de exercícios físicos, provocando lesões irreparáveis. Entre as mais comuns estão as dores nas costas, as tendinites (joelho, ombro, patelares), inflamações articulares, estiramentos musculares, entre outros.

A vigorexia ainda pode levar ao uso indiscriminado de anabolizantes (em casos mais severos) e vem sendo subdiagnosticada, conforme parecer de especialistas. Os usuários de anabolizantes podem sofrer atrofia dos testículos, disfunção erétil, lesões renais e no fígado. A atrofia dos testículos pode levar à infertilidade do homem. E o mais grave: raramente portadores desse distúrbio procuram auxílio médico por não se sentirem doentes.

Em muitos casos, o vigoréxico só vai a um psiquiatra, quando é encaminhado por um cardiologista ou urologista, procurado para solucionar problemas causados por uso de esteroides.

Diante da dificuldade de diagnóstico e a rápida expansão da quantidade de vigoréxicos, testes vem sendo propostos para avaliar o risco de se desenvolver o problema.

Parte dos frequentadores de academias almeja exibir um corpo perfeito e investe alto em dietas e suplementos. A má orientação, em algumas dessas situações, os leva para o caminho dos anabolizantes. 

É importante que os praticantes estejam atentos a detalhes como a frequência dos treinos e a autoavaliação no espelho. O exagero pode ajudar a pessoa a checar se há risco de desenvolver a vigorexia. 

Esse teste não é diagnóstico, mas pode detectar comportamentos suspeitos e levar a pessoa a um especialista, mais habilitado para confirmar a ocorrência do distúrbio. 

Pode-se dizer que a pessoa tem vigorexia quando a percepção do próprio corpo não corresponde à realidade. Mas é preciso procurar ajuda médica antes que surja algum problema no organismo. Sem exageros, a atividade física pode fazer muito bem à saúde.